Descobri-me no Passado

Sinto-me mais sábia. Sei donde venho.Sei o que fui.Nunca tive um particular interesse pela história antiga. Aquela que conta a vida dos passados profundos dos que estiveram aqui há muito tempo, mesmo muito antes de nós.

Um adoravél ser que dá vida ao meu respirar, instigou-me nos últimos anos a olhar-me de uma forma diferente.A olhar para o caminho traçado até hoje sem reticências duvidosas. A descobrir em contos de romances, lutas, conquistas, o que era o aqui dos "outros", que me fazem ser, no presente, parte de um enrredo que alguém irá desvendar.O cepticismo à vota dos factos que relatam a história do homem, tomou conta de mim de uma forma dura, reteve-me na ignorância da autoproclamaçao de desconfiança.

Mas mudei. Apaixonei-me. Inverti o circuito cíclico das incertezas fáceis e converti-as numa saga de saber alimentada pela curiosidade do desconhecido. Deixei-me seduzir pelo romantismo na aurea dos relatos daquele entao: nas suas vozes, nos seus trajes, nos seus desejos e reduzo-me agora a uma certeza nova em mim. Mais pura. Mais feroz.Mais estimulante. A cereteza do deleite que agora me apraz saber do ontem. Desfruto ao lê-los! Ao vê-los ficcionados num todo de detalhes detalhados imortalizados em escritos secularmente guardados, em quadros rasgados de cor, insultuosamente presumidos de veracidade, dignificados pelo nome de fotografias no meu tempo.Soube que estava aturdida de paixao no dia em que a comtemplaçao da vossa obra se ergueu magestosamente ante mim. Silenciada por um silêncio outrora batizado de ignorancia,esculpi-me de um olhar penetrante, num sorriso doce, respeituoso ante tao belo esplendor!

Indefesa, impotente, deixo-me abraçar pelas bancadas fortes onde os outros gritavam, excitados pelo extase dos duelos de morte. Aconchegada por tamanha envergadura,finjo-me plateia,conforto-me na sua tez rude, a enfrentar a minha exiguidade...fiel ao silêncio surdo da comtemplaçao.

Passados 2000 mil anos, ainda existe vida viva no coliseu de Roma, vida imortal!Edificou-se pedra sobre pedra, meticulosamente erguida por uma arquitetura astuta, filha da simbiose audaz entre a bravura e o poder! Deixei-me dar voltas no seu âmago.Embarquei numa viagem tao real, pura, que o passado tomou conta do tempo levou-me...e senti.Senti que o que antes desconhecia já é meu;É cultura!É forte!Faz parte de mim!Sinto-me mais sábia. Sei donde venho, sei o que fui.

Marionetas Formatadas

De que é feita a vida? De que são feitos os Sonhos? De que são feitas as Vontades? Não há respostas exímias para perguntas desproporcionadas, ridículas! A vida é feita “dos todos” que nos fazem amanhecer: são os amigos, é o amor. Mais: é o prazer…sim, é esta saga de esperança no amanhã que nos faz aguentar que uns poucos decidam por nós. O rumo dos novos mundos sempre se acelerou a rédeas fortes dos senhores cavalgantes que dominam a ferro e fogo o ritmo, o travão a que as nossas vidas, a nossa economia, até a cifra de mortos deve alcançar. São dígitos precisos num marasmo de informação em que a culpa morre solteira. Os ditos culpados não tem nome, não tem cara, designam-se por nomes de instituições bancários, por correntes de desenvolvimento… ainda que a solução, a razão, a motivação capaz de mudar não é nossa, pertence-lhes. A nós pertence -nos a vida, a tal vontade de viver, a fome de seguir, a curiosidade, o alento de um novo sol, de um mundo melhor. Subjugados aos senhores do mundo, continuamos, emparelhados pela mecanização, a caminhar. Diz-se que onde há vida há esperança. Sim, para nós! Para eles, onde há vida há jogo, há poder. Nós somos as marionetas deste século, como outros foram noutros tempos. A história segue o seu curso: desenharam-se países que não caem, países para cair, países em declínio numa utopia hierárquica que apregoa, na comodidade estável do seu poder que um dia, unidos, alcançaremos a unidade entre os povos…

maturidadade. disfrute. pensamento. tempo. dedução. imaginar. reviver. consciência. contemplar. viajar. imersão. suspirar. sentir. viver. prazer. estimular. absorver. acutilar. respirar. inspirar. motivos essênciais para viver em harmonia com o eu.....

Pedir é cultural?

"Por favor, uma moeda,Ajude-me,senhor"

Uma performance diária.Um trabalho.Uma luta.Vivem nas praças.Nos pontos turisticos.Nas esplanadas.São profissionais da mendicidade.

 

 

A comprensão do tempo

Quanto mais o tempo em mim avança mais me detenho a pensar no antes. Deve ser normal. Reviver. Analisar. Discussões internas de silêncios murmúrios comigo que me dão paz. Dantes não conseguia aceitar o que estava, sequer analisar a caída, gritava-me raivosa por ainda não conseguir atingir-me no âmago dos meus erros.
Acho que isto significa que cresci. Que se calhar ainda vou crescer mais. Que já não me julgo à luz das minhas próprias descrenças do bem e do mal. Agora posso aceitar o pecado, a tristeza, o erro a felicidade e ser masoquista ao ponto de deliciar me em pensamentos densos sobre o que não fui, o que não fiz, o que errei. A dor aqui é boa. Prefiro-a à incerteza que me fitava cada vez que eu, curiosa, viajava até antes de mim relembrava o meu percurso. Ficava sempre a meio do caminho optava sempre por não explorar-me com medo da minha própria sentença. Encontrei a paz de espírito, a harmonia que me permite relativizar, com doçura, os encontros duros com os que amo. Sofro. Tenho pena. Gostava que fosse diferente. Não julgo. Aceito. Retiro m de leve. Agarro me à minha grande conquista: a compreensão! Essa que me envaidece, me orgulha! Essa que me ilumina dos nossos bons momentos, quando penso na dureza do nosso ultimo encontro..

Nova Profissão da Globalização

O esplendor da feminilidade

Não o tenho, nunca o tive.Olho-vos na sombra da multidão e vejo o véu da vossa mente. Vejo os nossos cabelos. Vejo as nossas curvas. Vejo as nossas belezas, mais além de um pano fino que não esconde a beleza da nossa feminilidade. Não sei se vocês me podem ver. Se cativam a ânsia de poder sentir a dança dos cabelos num vendaval de Inverno sincero. Também não sei se o necessitam.Talvez a ânsia venha sempre deste lado. Dos que podemos, dos que não temos que o ter. Talvez vocês tenham a doce ingenuidade de não conhecer as entranhas da vida sem ele e, por isso, afáveis, aspiram essa lealdade à imposição. Somos livres. Cada uma que ande como quer, sim à liberdade. Gosto, não o tenho, um dia, sem obrigação, gostava de o ter... o véu.